Três Rios comemora 74 anos de emancipação política

Por Luana Lazarini

Três Rios comemora 74 anos de emancipação-política nesta sexta-feira (14). Município de belezas naturais – como o encontro dos rios Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna -, da privilegiada localização geográfica, do povo hospitaleiro e acolhedor, do carnaval e suas escolas de samba, e do vertiginoso progresso, Três Rios vem traçando uma bela e importante história ao longo de todos esses anos.

A cidade revive, atualmente, o desenvolvimento a todo vapor, relembrando os tempos áureos do município, quando a industrialização no setor ferroviário e alimentício levou Três Rios ao auge do progresso. Progresso este que volta, aos poucos, a imperar na cidade, com a instalação de inúmeras empresas e o oferecimento de oportunidades a trirrienses antes tão desacreditados em sua terra natal.

Origem do município

Distrito do antigo município de Paraíba do Sul (1681), Entre-Rios surgiu de uma sesmaria doada a Antônio Barrosa Pereira. A sesmaria era um território concedido pela Coroa Portuguesa com destino à produção. A propriedade recebeu o nome de Entre-Rios, pois era localizada próxima ao encontro dos rios Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna.

Foi nesta época que Antônio Barrosa Pereira fundou a Fazenda do Cantagalo, parte do atual município de Três Rios. A sede da fazenda era localizada em frente à Capela Nossa Senhora da Piedade.

A Estrada União e Indústria, construída em 1858, passava pela região, ligando os municípios de Petrópolis e Juiz de Fora. Nesta época, Mariano Procópio Ferreira Lage, idealizador do projeto, solicitou ao presidente da Câmara de Paraíba do Sul, Hilário Joaquim de Andrade, o Barão de Piabanha, que a estrada cortasse a cidade. No entanto, o Barão não aceitou a solicitação.

Mariano Procópio então se viu obrigado a escolher outra alternativa para o término da construção da Estrada União e Indústria. Foi aí que ele decidiu passar a estrada pelo então hoje município de Três Rios. Para isso, ele teria que comprar parte das terras de Antônio Barroso Pereira, o 1° Barão de Entre-Rios. Este, prontamente aceitou o pedido e viu na estrada uma possibilidade de melhorar o escoamento dos produtos produzidos em suas fazendas.

A Estrada União e Indústria foi inaugurada em 1861. Para permitir a passagem da estrada pelas terras da Fazenda do Cantagalo foi necessária a construção de uma ponte, a Ponte das Garças. Esta foi montada por colonizadores alemães, que ao término da construção continuaram a residir em áreas próximas àquela localidade.

A estrada possuía 10 estações, sendo uma dessas a Estação Barão de Entre-Rios, construída próximo à atual Rodoviária Velha. A partir desse momento, a atual Três Rios conquistou um grande contingente populacional. O movimento ferroviário da região passou a ser intenso, atraindo muitos imigrantes, principalmente árabes, que viam no local uma oportunidade para o desenvolvimento de atividades comerciais.

Com a morte do 1° Barão de Entre-Rios, sua filha Mariana Claudina Pereira de Carvalho, a Condessa do Rio Novo, passou a gerir os bens da família, como as fazendas Cantagalo, Piracema, Rua Direita e Boa União. Condessa do Rio Novo construiu inúmeras casas próximas à Estação de Entre-Rios que, com o passar do tempo, se expandiram e criaram um verdadeiro núcleo populacional no distrito de Entre-Rios.

O distrito de Entre-Rios foi emancipado em 14 de dezembro de 1938. A emancipação foi liderada por inúmeros empresários, como Joaquim Gomes da Silva, o Quincão; Dr. José Vaz; e muitos outros. Mas o porta-voz de todo esse processo foi o advogado Bernardo Belo Pimentel Barbosa, então deputado estadual. As reuniões e comícios do grupo aconteciam no coreto da atual Praça da Autonomia.

Entre Rios passou a denominar-se Três Rios em de 31 de dezembro de 1943. A substituição do nome se deu pelo primeiro prefeito da cidade, Walter Franklin.